Afinal que Música anda a dar aos seus Clientes ?
Será que é só escolher a música ou é preciso algo mais ?
Projetar um sistema de ambiente numa unidade hoteleira, pode ser um passo mais simples mas que exige muito mais do que podemos pensar!
Do Ideal ao Real:
A música, e a sua combinação com equipamentos de som, à partida torna qualquer ambiente mais agradável e confortável. Idealmente criamos atmosferas únicas, para aumentamos os níveis de satisfação, bem estar e em alguns casos fidelização do cliente, e até podemos influenciar o seu consumo.
Ao fim destes anos todos a frequentar e projetar unidades hoteleiras, ainda continuo a ouvir muito ruído, quer pela má qualidade dos sistemas de som, quer pelas músicas desadequadas aos espaços e momentos do dia. Há uma desvalorização do investimento e uma fraca consciência sobre o potencial desta área auditiva.
A Incoerência nos Investimentos:
Existem hotéis incríveis, arquitectura e decoração de assinatura com avultado investimento, todos os detalhes parecem ter sido bem pensados, porém a realidade prova que não é assim tão perfeito. Sejam questões operacionais totalmente incompatíveis com o dia-a-dia de um hotel, sejam os elevados custos de manutenção e claro a dualidade entre ter bons equipamentos de sistemas de som e ter playlists totalmente desajustadas ou vice-versa.
A Música do seu Hotel pode ter impacto negativo:
A “sensação” de entrar num hotel pela primeira vez pode ser contaminada apenas pela música que está a passar: por ser desajustada ou por ter má qualidade. Pior ainda é quando são os colaboradores dos vários turnos, que escolhem o género musical que querem ouvir sem pensar nos hóspedes e muito menos no hotel ou no alinhamento com o conceito quando ele realmente existe!
Vamos começar pelo princípio:
Projetar um sistema de difusão de música ambiente, pelos diversos espaços do hotel, requer um conhecimento 360º do conceito do hotel (quando realmente existe) e qual o perfil de hóspedes. É vital que haja uma estrutura que alinha e define um registo geral, segmentado por espaços e devidamente pensado para cada altura do dia. Este é um início de um trabalho sério e pensado ao ínfimo pormenor.
Espaços Diferentes/ Alturas Diferentes:
Cada espaço dentro do hotel tem a sua função e personalidade, por isso a música no lobby não pode ter a mesma música que passa no restaurante ou bar e face a cada momento do dia.
Existem inúmeros estilos de música generalista, seja o Jazz, Chill-out, Deep House, Soul, Smooth Jazz, Neo Jazz e nem sempre são compatíveis uns com os outros e muito menos com o conceito do hotel ou do espaço. Não basta contratar empresas que disponibilizam músicas com direitos pagos, bem como ter o licenciamento Passmusica e SPAUTORES e tudo está feito – é só colocar a tocar.
O que é preciso fazer?
Há que pedir ajuda especializada para que seja feito um projeto estruturado que acompanha cada touchpoint da experiência do cliente, seja dentro ou fora da unidade hoteleira: aqui é definida a matriz chave e depois com aplicação especifica em cada espaço no hotel, como por exemplo: restaurantes, bares, espaços comuns, piscinas, wellbeing space, só depois é que são criadas playlists para cada parte do dia, alinhado com o lado Humano – de manhã, tarde, início de noite ou noite – a Música estimula emoções, sensações e somos influenciados por isso. O nosso maior objectivo é que o Hóspede se sinta bem, garantir a sua satisfação enquanto circula pelos espaços do hotel.
Após esta definição é preciso escolher o hardware – equipamentos de som que permitem flexibilidade de utilização, independência dos espaços, insonorização especial quando temos espaços próximos com funções diferentes. A Qualidade sonora é crucial para que haja a projeção correcta e harmoniosa da música.
Existem algumas regras básicas que precisam ser consideradas:
- Devemos definir quais as zonas de musica ambiente dentro ou fora da unidade.
- Quantas destas zonas vão ter fontes de Áudio diferentes e géneros alinhados com o conceito da unidade/ Marca
- Escolher marcas de sistema de som de qualidade de forma a garantir a melhor rentabilidade do investimento e que assegure boa assistência técnica.
- Avaliar se nos quartos vamos colocar uma experiência auditiva em que podemos ter música/ playlists que o hóspede pode escolher ou mesmo ligar o seu dispositivo com as suas músicas.
- Integração com o projeto de arquitetura para que em fase de construção ou reabilitação sejam feitas as instalações necessárias. Absoluta ligação com o projeto de decoração para garantir a correta harmonia de formas e cores.
- Nem todos os espaços têm que ter música e ainda bem! A pior abordagem é quando há saturação sonora, exemplo: corredores de acesso a quartos
- Cuidado redobrado com a escolha da solução para fornecimento de playlists, escolher soluções que me dêem liberdade de escolha não por género, mas as que permitem definir atmosferas sonoras ajustadas e dinâmicas.
- Definir regras de utilização para cada espaço dentro e fora do Hotel por parte da chefia desse mesmo local, ou seja, por exemplo no restaurante onde acontecem os pequenos-almoços: deve estar definido: tipo de playlist, durante a manhã, qual o volume e qual a área.
E Será que ter música Ambiente é Marketing Sensorial Auditivo para a Marca?
A resposta é simples: Não!
São dois caminhos diferentes em que o mais correto e sério é sempre que o ponto de partida é ter uma estratégia de Marca Sensorial que na qual está integrada a dimensão auditiva: criar e definir um território auditivo próprio, seja por criar a própria tradução do ADN, Personalidade da Marca em som – começa por ter uma malha auditiva principal, que pode ser ouvida quando estamos ao telefone com o hotel e combinações diferentes para cada etapa do dia – ter uma playlist própria que deve estar quando o Marca cria um vídeo e está integrada ao longo do dia a passar nos espaços. Ainda fundamental criar um jingle que tem inúmeras aplicações, por exemplo: deste um toque de telemóvel ao som que abre e fecha um vídeo – aquele som que ouvirmos quando a Vodafone ou a NOS comunicam.
Envolver em todos o sentidos os hóspedes e clientes de forma a que a Marca passa a fazer parte da sua Vida e que ao ouvir se recorde – estar no Top of Mind do consumidor é hoje a maior ambição e reforçar a verdadeira fidelização – Love Brands.
Só depois entra a parte técnica que o Rui Picão tão bem explicou.
As Marcas Hoteleiras são por excelência a área com maior influência e poder nas dimensões sensoriais do cliente, a nível internacional já temos excelentes exemplos, em Portugal está tudo por fazer o que é bom sinal!
Ana Cristina Guilherme | Brand Alchemist
A Intima Ligação do Poder da Música com o verdadeiro Wellness
“O som é algo com um efeito único do ponto de vista de harmonia ou desarmonia do cérebro. Pode se causar stress através do ruído, tal como se pode acalmar através de uma musica relaxante ou tranquilizante. Dependendo da vibração emitida.
Razão pela qual a questão da música em unidades Wellness, tem que ser devidamente estudada e implementada consoante as zonas , horários e objetivos.
Se o objetivo é que o cliente procure tranquilidade, não se pode só por que se tem que ter música ambiente, descurar um meio fundamental de equilíbrio. Podem e devem existir zonas sem música ou momentos de silêncio, pois o próprio silêncio tem um som….que só se escuta sem ruído. É necessário, urgente honrar esta questão em unidades Wellness, se o objetivo é de facto criar um serviço completo de bem estar”.
Conceição M Espada | Wellness Curator
Na AB&C Hospitality, acreditamos que só é possível fazer um trabalho sério com uma visão de 360º. Acreditamos que é desde o momento zero que ajudamos investidores e proprietários a rentabilizar o seu património com as escolhas certas: seja abrir um hotel de raíz, seja requalificar a unidade hoteleira.
Há um sentido em cada detalhe que levamos muito a sério: desde cada célula num Business Plan; quer ao briefing para criar uma identidade gráfica e sim a espessura da linha num logotipo, importa!; o circuito operacional da equipa dos andares, o desenho técnico da cozinha e circuitos de trabalho vs serviço de sala de um restaurante, são inúmeros os detalhes.
Cada etapa é vital para a concretização de objectivos estratégicos de rentabilidade e é claro reconhecimento credível do posicionamento da unidade/marca.
Rui Picão
IT Strategist Designer
Com a participação de Ana Cristina Guilherme ( Branding & Communication) e Conceição Espada ( Wellness)
AB&C Hospitality Management & Operation
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