Go Wellness and Sustainable or Go Home

Deste nosso pequeno ponto de observação, temos sido, ao longo dos anos, pouco sensíveis a buzzwords, às coisas mais trendy. Sempre observámos e rejeitámos a tendência de se falar das coisas com pouca propriedade, de forma artificial e superficial.

Por estes motivos, estudámos temas de segurança informática com a ideia de as implementar e não de fazer grandes parangonas das mesmas. Olhámos para as certificações de qualidade ISO como forma de ajudar a transformar os nossos clientes, não obrigatoriamente pelo “carimbo” da certificação. E tomámos a Inteligência Artificial a partir das coisas em que ela nos pode ajudar e não para enchermos o discurso de jargões.

Vem isto a propósito de considerarmos o Wellness e a Sustentabilidade coisas diferentes. 

Sabemos que os hábitos de consumo, a adoção de um estilo de vida mais equilibrado e as preocupações com o futuro do planeta e com as gerações dos nossos filhos que o vão habitar, não se decretam. Isto tem que entrar na cabeça das pessoas.

A ideia de que uma qualquer diretiva comunitária fará, por si só, uma diferença estrutural, só cabe na cabeça dos burocratas. Isto tem que representar negócio. Mais negócio. Negócio mais rentável

Nesta matéria, não sou nada sensível a “achismos” ou wishful thinking. Reconheço que há ainda muito mais investimento em greenwashing do que em green.

Mas começo igualmente a ver um conjunto de fatores que parecem representar um padrão: 

  • O descontrolo de gastos energéticos e a adoção de energias alternativas (ex. painéis solares) tiveram um impacto estrondoso em 2022, quando a crise energética (é possível que venha mais uma a caminho) forçou o caminho de mudança e tornou muitas empresas muito mais bem preparadas.

    Algumas destas passaram a vender à rede a energia solar que passaram a captar. Uma parte relevante (ainda que insuficiente) dos apoios públicos e fiscais passou a ter algo a ver com a adoção de medidas de eficiência energética. Isto é um facto e é uma associação direta entre sustentabilidade e rentabilidade.

  • Nos muitos Business Plans que temos feito e acompanhado para a indústria hoteleira, é impressionante o impacto que a inclusão de programas de wellbeing tem no RevPar. A receita obtida “fora do quarto” pode representar entre 25 e 50 por cento das primeiras, sendo uma parte relevante diretamente associada a programas e práticas muito diversificadas de healing.

  • Começa a haver informação publicada por fontes internacionais (Global Wellness Institute) na qual aparece visível o impacto das práticas de Wellness na receita média gerada por quarto e por cliente e subsequentemente no P&L. Já não são só afirmações bombásticas de como o Wellness representará X triliões de euros de negócio um dia destes. É P&L a acontecer, neste momento, ao vivo e a cores.

  • Um outro elemento que me parece relevante é que o Wellness não parece ser coisa para brincarmos. Ter Wellness não é ter um SPA. Quem é pífio a implementar, fica na mesma, e gastou dinheiro não reprodutivo. Mais vale fazer uma coisa a sério, valorizada pelos Hóspedes que interessam mais, em termos de poder aquisitivo.

Num País onde o Turismo indiferenciado tem muito mais quota do que devia, talvez fosse bom olharmos para isto com mais foco. Sim, os miúdos do surf e do açaí também são importantes, mas nem só de surf vive o Homem.

Sabedoria Financeira | Traços chave: Rigor, Transformação, Fazer Acontecer

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