O crescimento das taxas de juro e o que fazer sobre isso
Desde que passámos a pertencer à zona Euro, temos, em Portugal, estado a usufruir de taxas de juro bastante mais acessíveis.
Tão mais acessíveis que, de vez em quando, perdemos a noção e esquecemos-nos que o dinheiro que os bancos nos emprestam não é nosso.
Neste contexto de crescimento de indexantes, é fundamental:
- escolher bem os bancos com quem trabalhamos, tentando optar pelos mais razoáveis e equilibrados, na hora de exigir spreads. Nem sempre é fácil e é necessário conhecer as pessoas certas.
- negociar contratos de financiamento em curso, procurando recuperar no spread parte daquilo que os indexantes agravaram. Note que em função da forma como o banco de financiou, não é imediato dizer que o Banco ganha todo o dinheiro que vem do crescimento dos indexantes. Ainda assim, na nossa experiência, se temos um track record responsável, nesta hora é mais provável que o banco possa ajudar.
- Ser particularmente criterioso na gestão dos fluxos de caixa operacionais, que têm obviamente que ser positivos: o que recebo de clientes tem que chegar para as despesas operacionais (pessoas, fornecedores, estado) e ainda tem que chegar para pagar juros e um pouco da dívida bancária que tenho acumulada.
- É tempo de ser mais criterioso nos investimentos, que têm que ter um retorno tangível e estratégico claro.
- E não, não vamos fixar taxas de juro agora, porque os juros não vão crescer ad eternum.
Estes princípios acima indicados parecem-nos claros e até fáceis de sistematizar. Temos alguma dificuldade em perceber o motivo pelo qual são sistematicamente ignorados.
Continuamos a ver promotores turísticos pendurados em dívida, a desenhar projetos faraónicos com pressupostos de receitas líricos, por vezes com uma intenção totalmente especulativa.
É importante que todos nos convençamos que o tempo para “castelos de cartas” já lá vai. E é difícil que regresse rapidamente.
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