O Marketing Digital: a Implementação mais Temida da Hotelaria
Em pleno século XXI, continuamos a verificar um atraso estrutural face ao papel do marketing digital na hotelaria.
Poderíamos afirmar que é uma das indústrias que mais tem a ganhar com uma estratégia sólida de marketing digital – a utilização dos meios digitais para pesquisa e compra de viagens e marcação de hotéis está documentada e não irá abrandar – no entanto, este continua a ser um dos sectores que mais dificuldade tem em se adaptar a esta realidade. Parece impossível?
É que o marketing digital não se limita a ter uma conta em cada rede social, ele engloba o recurso a várias ferramentas com as quais os gestores/diretores hoteleiros não estão habituados (nem querem aprender) a lidar, ele requer uma planificação à qual a operação não está preparada para responder, e aqueles que trabalham na área enfrentam a frustração diária de não poder aprender mais, de não se superar, batalhando anos a fio na esperança de conseguirem instituir o que sabem ser o mais básico da estratégia online.
Nessa fase – talvez interminável na hotelaria tradicional – batalha-se por um website adaptado a todos os dispositivos, com otimização das vendas através de uma UX agradável e atrativa, possibilidade de recorrer ao crosselling entre unidades, add ons para maximizar o ADR, ter um excelente projeto de SEO para o sustentar e o posicionar nos motores de pesquisa e, assim, conseguir alavancar os Google Ads, que mais uma vez, terão que ser explicados em mais de 10 reuniões – o que são, como funcionam, quanto custam, quanto vão gerar, aprovamos ou não aprovamos, será que vamos ter retorno de investimento?
Se tiverem um bom Revenue Manager, sintam-se gratos, já que esse é primeiro passo para que alguém veja como esta ferramenta lhe será útil, e será ele próprio a vir ter com o marketing digital, mostrando janelas de oportunidade para que, em conjunto, possam decidir ofertas e campanhas que não são mais do que métodos para se atingirem os objetivos. Caso não possam contar com ele, já sabem… o marketing digital vai ter que olhar para os números, avançar com propostas, explicar como é que funcionaria, porque é que fazem sentido e pedir, por favor, que o deixem trabalhar…
Agora, imaginem que depois dessas reuniões, conseguem finalmente aprovação para aquilo que já deveria estar a funcionar há meses… muito bem passamos a outra batalha: o email marketing – a RGPD, as reservas de outlets sem email, a falta de integrações entre cada ponto de contacto com o cliente e o CRM – pensando que este já foi adjudicado claro!!
Mais um novelo com tantas pontas soltas e tão difícil de desenlear. Entretanto, as redes sociais… queremos ter contas em todas as redes sociais, não interesse se não conseguimos responder a todos os contactos, se não há uma estratégia de venda para as mesmas, ou se nos esgotam a criatividade para produzir conteúdos de qualidade que possam de facto gerar engagement. Elas existem e parece que basta “estar lá”…
Pode ser de facto frustrante ver o potencial de uma indústria que se remete a si própria para um baixíssimo nível face ao digital por medo de delegar ou responsabilizar. E por isso é normal que exista cansaço por nunca se conseguir sair daquelas 3 ou 4 temas básicos que ainda nem conseguimos resolver. Para mudar isso é preciso mudar mentalidades, apostar na formação e na estruturação inter-departamental, contar com agências ou plataformas externas que possam trazer essa “novidade” e a quem seja dada autoridade para mudar, agitar e instituir novos métodos. É preciso admitir que não sabemos tudo, que se continua a aprender em qualquer cargo que se assuma nesta profissão e sentir prazer em aprender todos os dias, reconhecendo a nossas falhas, tendo consciência daquilo em que somos bons ou menos bons… É preciso parar de agir como se o futuro não fosse agora.
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