Tempo é dinheiro e uma Prioridade para o Ano Novo

Da longa história que levamos a negociar com o sistema financeiro, temos recolhido a ideia de que se vão intensificando na banca duas formas muito diferentes de trabalhar com empresas:
  • De um lado, uma abordagem mais clássica de funcionamento, em que tudo leva muito tempo – 3 ou 4 meses não é tempo demais para obter um financiamento – com estruturas hierarquizadas e muito centralizadas.
  • Do outro lado, uma abordagem – minoritária, pelo que nos é dado a perceber – em que encontrando a pessoa certa dentro do banco, consegue-se uma visão mais ágil. Quando é para aprovar o financiamento, temos decisão mais rápida, quando é para recusar também. Procuramos, pela nossa parte, manter por perto este tipo de bancos.

Colocamos de parte, nesta reflexão, duas realidades – outliers, digamos assim – por um lado, o crédito à habitação (particulares), que para nós traduz uma certa esquizofrenia de agressividade comercial. Por outro lado, os créditos que têm garantias públicas/mútuas associadas, onde obter financiamento é mais fácil, dado que o risco dos bancos é partilhado com terceiros.

Sendo certo que temos que saber trabalhar com todos os bancos, não deixamos de ter uma visão profundamente crítica sobre este tema e parece-nos que seria bom o supervisor bancário estabelecer padrões mais exigentes sobre este assunto, incentivando processos de decisão mais ágeis e compagináveis com o sec. XXI.

Temos os jornais e as redes sociais cheias de conversa barata de machine learning e inteligência artificial, mas a realidade de quem apoia organizações de média dimensão é por vezes exasperante.

A lentidão e a burocracia nos processos de decisão de organizações públicas e privadas constituem um dos dois problemas (a par de uma despesa pública totalmente desfasada daquilo que a economia consegue pagar) que a nossa vivência comum democrática não conseguiu ainda resolver. Haveremos de resolver isso um dia e 2022 já não seria cedo demais. Já agora, se não fosse pedir muito, talvez pudéssemos dar prioridade a um setor que representa 15% do PIB e é um dos maiores exportadores.

Talvez tenhamos que consensualizar, dentro da cabeça dos decisores, um 6º sentido: o Sentido de Urgência. É que um euro é um euro, mas vale menos se só vier daqui a um ano.

Feliz Ano Novo!
Luís Barbosa
Financial Architect
ABC Sustainable Luxury Hospitality

Sabedoria Financeira | Traços chave: Rigor, Transformação, Fazer Acontecer

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